Indústria quer um valor maior por medicamentos com a inovação incremental
O Ministério da Saúde estabeleceu o prazo de 60 dias para que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) completa o novo modelo de fixação de preços dos medicamentos comercializados no País. “A gente vai colocar o prazo, como recomendação, para a CMED desbloquear o novo modelo”, informou o secretário de ciência, tecnologia e insumos estratégicos do ministério, Denizar Vianna.
A mudança no modelo é muito esperado pelos fabricantes nacionais que querem um maior valor por medicamentos melhorados em pesquisas de laboratório. Hoje em dia, a indústria recebe o mesmo valor na venda do medicamento tradicional e do produto similar lançado com a mesma fórmula, mas que oferece um melhor resultado para o paciente ao longo do tratamento. Com esta estratégia, conhecida como “inovação incremental”, os medicamentos trazem benefícios como a redução dos efeitos colaterais e reduzir o tempo de tratamento.
“Hoje, o problema é que a nossa condução é binária. Ou acredita que você apresentou uma fórmula realmente diferente, com um saldo de inovação e eficiência superior aos tratamentos existentes, ou não tem nada. É necessário ter um modelo que valorize o que existe de inovação incremental”, afirmou Vianna, depois que o evento “Diálogos GFB”, realizado pelo Grupo FarmaBrasil.
O Ministério da Saúde já vinha, desde o início do governo, ouvindo o setor sobre as mudanças na fixação de preços de medicamentos. Vianna disse que o prazo para a CMED definir as mudanças no modelo estará na ordem ministerial, a ser publicada nos “próximos dias”. O documento criado um grupo de trabalho, formado por representantes de ministérios e do BNDES, para cuidar do assunto.
“A gente está muito bem o óleo com os diversos órgãos do governo. O Ministério da Economia, já veio a pesquisar para saber onde pode desregulamentar. Indicamos que há áreas que podem ser desregulamentadas e outras não, porque você tem um ambiente de monopólio”, disse o secretário do Ministério da Saúde.
Vianna disse que o governo tem uma “agenda” com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para acelerar o exame dos pedidos do setor. “Hoje em dia, há uma denúncia por parte da indústria. Ela afirma que para o processo de inovação incremental tem que cumprir um prazo de tempo muito longo na agência”, afirmou.
A indústria nacional, representada pela FarmaBrasil, avalia que o aperfeiçoamento da fixação de preços dar-lhe um novo impulso a novas pesquisas e a produção de medicamentos mais eficazes desenvolvidos a partir de fórmulas existentes. No evento, representantes do governo e da indústria farmacêutica nacional discutiram os entraves do atual processo de internacionalização de fabricantes brasileiros.
O presidente do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, destacou que os fabricantes nacionais contam com quase 900 patentes já concedidas ou em fase de análise. Ele considera que há um grande potencial para elevar a produção no ramo da biotecnologia.
Segundo Arcuri, um dos problemas identificados se encontra em fase de desenvolvimento de novos medicamentos. Explicou que são as taxas de importação e exportação no envio ou recepção de materiais para testes. “Este é um produto inacabado. É preciso entender que isso é parte do processo de inovação. É como acontece em todo o mundo.”
Fonte: O Sul – RS
Foto: Shutterstock
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Fonte: guiadafarmacia.com.br/novo-modelo-de-ajuste-de-medicamentos-sera-definida-em-60-dias