Associação médica dos estados UNIDOS reconhece low carb como opção contra a diabetes ” Panorama Farmacêutico – Imã de geladeira e Gráfica Mavicle-Promo

A dieta low carb, que prevê um baixo consumo de carboidratos, como pão e massas, pode ser usada para tratar a diabetes tipo 2, de acordo com a nova directiva da Associação Americana de Diabetes (ADA, em inglês).

O documento, publicado em abril, atualiza as recomendações anteriores, e é usado como uma referência para combater a doença, muitas vezes relacionada com a obesidade.

É a primeira vez que a dieta da moda, que já foi adotada por celebridades como a atriz Paola Oliveira e a cantora norte-americana Jennifer Lopez, é citada em um consenso do tipo.

“As evidências científicas já estavam claras desde há muitos anos, mas havia uma resistência das associações em fazer este aval, em parte por ser algo popular. O que deve definir se algo é válido ou não é a popularidade, mas o nível de evidência”, diz o médico José C. Souto, presidente da Associação Brasileira de LowCarb, criada em setembro do ano passado.

A Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) ainda não tem um posicionamento a respeito. Mas o presidente da entidade, Rodrigo Moreira, vê com reservas a inclusão da dieta na orientação dos estados unidos. “Não é um endosso. Não estão dizendo que é a melhor dieta contra a diabetes, estão dizendo que é uma opção. Não acredito que nenhum de endocrinologistas não está de acordo, que é uma opção, mas não pode ter o radicalismo”, diz.

Em média, um adulto consome entre 55% e 65% das calorias diárias na forma de hidratos de carbono. Além de pão e açúcar, entram nesta conta de frutas, legumes, cereais e leguminosas.

Na dieta low carb, o consumo de hidratos de carbono é reduzido a menos de 45% da dieta, ou abaixo de 100-130 g por dia. A restrição pode ser mais radical: em torno de 20 a 50 gramas por dia (menos de 10% das calorias). É a chamada dieta cetogênica.

Quem é low carb, em geral, segue um cardápio à base de proteínas, legumes, verduras e gorduras. É mais ou menos a mesma coisa que recomenda a chamada dieta da proteína, ou a dieta de Atkins, que surgiu nos anos 1970 com um livro do médico americano Robert Atkins. “A diferença é que o Atkins era mais marqueteiro, dizia coma quanto quiser, quanta gordura você deseja. Hoje em dia, ninguém vai dizer isso para o paciente. Não indicamos porções, mas alimentos super gordos não são liberados”, diz Souto.

Para Moreira, da Sbem, o maior consumo de proteína animal e de gordura saturada pode aumentar o risco de colesterol. Souto rebate: “O documento da ADA fala sobre isso. Diz que, com as evidências atuais low carb não parece aumentar o risco cardiovascular”.

Mas a regra também diz que são necessárias mais investigações, e de longo prazo. “Temos vários estudos científicos com low carb. Há uma grande vantagem no curto prazo, mas que é difícil de ser sustentado. É uma opção possível, mas deve ser acompanhada por um nutricionista. Não é possível fazer por conta própria”, diz Moreira.

A dieta é contra-indicado para mulheres grávidas, mulheres que estão tentando engravidar, pessoas com risco de desenvolver um transtorno alimentar, os pacientes de doenças renais, ou quem toma uma nova classe de medicamentos contra a diabetes, as glifozinas.

De acordo com Moreira, mais importante que a quantidade de carboidratos é a qualidade. E isso vale para todo mundo, não só para quem quer emagrecer. “O problema não é a quantidade de hidratos de carbono, mas o tipo. A discussão vai muito mais para este lado hoje em dia. Se você comer açúcar, a farinha e alimentos ultraprocessados, mesmo em pequenas quantidades, pode ter danos. Mas os carboidratos complexos, tais como vegetais, frutas e produtos lácteos, têm enormes benefícios para a saúde.”

Para o nutricionista do esporte Felipe Quintinho de Souza de Almeida os hidratos de carbono não são maus. “Não estamos engordando por causa de carboidratos. Na verdade, nossa ingestão está dentro das quantidades indicadas. Comemos um pouco mais de gordura e de proteína do que o recomendado e mais calorias, por causa dos ultraprocessados”, diz.

Fonte: Folha de S. Paulo

Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2019/05/13/associacao-medica-dos-eua-reconhece-low-carb-como-opcao-contra-diabetes

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